Saímos de Delhi logo pela manhã em direção a cidade de Mandawa, que fica a 280km, esse trecho foi percorrido em sete horas, apesar da estrada ser asfaltada, há trechos ruins e o trânsito é intenso. Na beira das estradas a Índia parece ser uma grande feira, milhares de pessoas, vendendo tudo que se possa imaginar. A presença humana se impõe a todo momento.
No caminho fizemos uma rápida parada para almoçar e convidamos nosso motorista “Tigre” para se juntar a nós, mas ele disse que não é permitido se misturar com os turistas, ele deve comer em local separado. Apesar do sistema de castas estar proibido no país, alguns traços do hinduísmo (religião de 80% da população), permanecem impregnados nessa sociedade, cada qual deve ficar em seu lugar.
O almoço foi delicioso, em um lugar lindo, “A Raveli Restaurante”, e ainda, extremamente barato, 1000 rupias, aproximadamente R$36 reais, para quatro pessoas.
Mandawa parece um museu a céu aberto, ela faz parte das famosas aldeias de Shekhawati, conhecidas por suas fortalezas e havelis (casas dos antepassados de algumas importantes famílias de industriais indianos, que foram embora para as grandes cidades). As pinturas são lindas e ricas em detalhes.
Os indianos cobrar por todo serviço, temos que dar gorjeta o tempo todo, se não der eles não vão embora, ficam paradinhos esperando, isso se aplica para tudo. Todos querem nosso dinheiro, o guia todo dia nos leva a lugares onde ganha comissão se nós comprarmos, é difícil evitar.
Hoje fomos a uma loja de tecido e tapetes, o vendedor começou a mostrar todos os tapetes da loja, quando disse que não queria comprar, ele afirmou que iria continuar mostrando para ver meu sorriso e alegrar minha mente.
Nas lojas eles nos vestem com o sari, roupa típica local, simplismente um tecido de seis metros e meio, que é envolvido no corpo. |
Hotel Castle Mandawa, há afrescos por todas as paredes. |
Ontem não tive tempo, mas hoje faço questão de falar sobre o trânsito daqui, ele é uma das coisas mais loucas que vi na vida:
· Aqui ninguém respeita as faixas na estrada, os veículos vão de um lado para o outro em zig-zag.
· Normalmente passa quem for maior, quando nosso motorista quer ultrapassar e do lado contrário vem uma moto, ele simplesmente ultrapassa, já que a moto é menor, eles que saiam da frente.
· Em geral todos os veículos tem escrito na parte de trás, Please Horn! (Por favor Buzine!), eles buzinam o tempo todo, para avisar que estão passando.
· Aqui circulam carros, caminhões, ônibus, porcos, camelos, macacos, cabras, vacas, riquixas, bicicletas e pedestres, todos ocupando o mesmo espaço. A todo momento vemos vacas deitadas no meio do trânsito, e como elas são sagradas ninguém ousa tirá-las de lá.
· O tuc-tuc (moto adaptada) é o veiculo mais comum, nele cabem três pessoas, mas já vimos algum com mais de dez, eles andam pendurados.
· Pouquíssimos carros são conduzidos por mulheres, 99% são homens, segundo nosso guia as mulheres são preciosas e devem ficar guardadas em casa.
· Capacete aqui é artigo de luxo, poucos usam, aliás, aqui cada um faz o que quiser, só vendo pra crer!
- Hotel Castle Mandawa (http://www.mandawahotels.com/castlemandawa_intro.shtml)
Obs.: Este hotel é o melhor hotel da cidade, um castelo dos antigos marajás, charmoso, com boas instalações e comida excelente, mas é uma construção antiga, há escada por toda parte e precisa ser restaurado urgentemente!
Nossas referencias bibliográficas usadas durante a viagem:- Guia Índia Chik- editora: Publifolha, 1a. edição, 2008, idioma: Português
- Índia – autor Carriere, Jean-Claude, editora: Ediouro.
- Guia Visual Folha de São Paulo - Índia
Namaste, amiga.
ResponderExcluirEntão quer dizer que as mulheres são preciosas na Índia?!? Precisamos trazer indianos para o Brasil, então...
Riquixa?!? Adorei...
Queremos saber mais!