sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Nem tudo são flores!

"Ìndia que me fascina e me enlouquece !"
Nem tudo são flores! Preciso falar sobre algumas coisas que não coloquei nos meus relatos diários, talvez por estar encantada demais com as belezas da Índia:
    
      Fizemos uma viagem longa, mudar todos os dias de cidade,  definitivamente é muito cansativo. Participando intensamente do trânsito caótico.

     
      Aqui as cargas ultrapassam todos os tamanhos imagináveis, vamos em zig-zag pelas estradas. Nosso motorista diz que para viajar pela Índia precisamos de três coisas: buzina, bom freio e muita sorte!
      

     Quando  uma vaca, camelo, cabrito ou qualquer outro animal quer atravessa a rua, nós paramos e esperamos eles passarem. Paciência é palavra de ordem na Índia!


      Não há coleta de lixo na maior parte das cidades, por isso, circulamos entre a sujeira. Sempre que precisei jogar um lixo fora, ficava em dúvida, se devia jogar direto na rua ou se deixava pra que eles fizessem isso depois.
       

Há milhares de vacas andando por toda parte nas cidades, pra nossa sorte suas fezes tem utilidade, quando elas ainda estão mole, são colocadas ao sol para secar e posteriormente utilizadas para fazer fogo. Inacreditável Índia!


Por mais que eles utilizem a adubo, nas ruas há um pouco de resíduos, eu mesma, pisei em um deles.

      Todos os dias os guias nos levam a lojas onde ganham comissão, depois de alguns dias isso começa irritar. Aqui todos querem nosso dinheiro, se há quatro malas, cada homem vai carregar uma, para que todos ganhem, e se não pagar, eles vão ficar irritantemente parados esperando.
      Em geral os banheiros dos hotéis são excelentes, mas os públicos, que em certos momentos fomos obrigados a usar, são precários, sem papel higiênico, apenas com um caneco e torneira para lavar, lembrando que com a mão direita os indianos comem, com a esquerda lavam as partes intimas.

       A miséria assusta, não se deixar envolver pelo olhar sofrido da pobreza extrema,  é difícil, mas necessário. Todos os dias caminhamos cercados de crianças famintas querendo vender algo ou simplesmente pedindo comida, mas se der pra um, centenas vão se aproximar, é preciso ser indiferente.

      

      O assédio é muito intenso, eles nos observaram e nos rodearam, do primeiro ao último dia de viagem.


  

    

       Há vacas gordas por toda parte, contrastando com a população que é em geral extremamente magra.



        

       A   comida   indiana é deliciosa, muito bem temperada e, às vezes, apimentada. É preciso se adaptar, porque ela é muito diferente da nossa.

    

       Por toda parte há cheiros fortes, uma mistura de pimenta, urina e lixo, quem não for capaz de lidar com isso, não deve visitar a Índia.


Motivos para não visitar a Índia, são muitos, mas se quiser viver a experiência mais maluca e incrível da sua vida, este é o lugar!
 “A Índia nos arranca de nós mesmos, seja por repulsa, por atração, ou pela mais forte das curiosidades, aquela que não sabe o que busca, nem o que pode esperar ou temer. Uma surpresa a cada piscar de olhos. Uma incessante provocação ao olhar e ao pensamento.” Jean-Claude Carriere, Índia – Um olhar amoroso.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Varanasi - Uttar Pradesh - Índia (14º dia)

Saímos de Khajuraho à tarde, mas desta vez de avião, porque vamos para Varanasi, que fica a 400km, e nosso tempo aqui está acabando!
Nunca vi tanta segurança como neste aeroporto, revista de todas as formas possíveis. Ao redor do avião, vários policiais com suas metralhadoras protegiam a aeronave. Acredito que seja para evitar possíveis ataques, já que o país faz fronteira com o Paquistão, seu principal inimigo.
Chegamos a Varanasi no final da tarde, ela é totalmente poluída e caótica, verdadeiras multidões circulam por toda parte, não é fácil percorrer por suas ruas. A cidade é muito importante para os indianos, pois aqui está o rio Ganges, onde todos sonham em passar pelo menos um dia das suas vidas, ele é a artéria espiritual e religiosa do país. Hinduístas de todo o país vem para se banhar e purificar a alma, para eles o rio tem o poder de tirar todos os pecados terrenos.
Ainda no fim do dia, fomos ao Ganges para ver uma celebração de agradecimento ao rio, que acontece todos os dias à noite, lá turistas do mundo todo chegam por terra ou em barcos, para assistir o espetáculo.
Todos os hinduístas são queimados na beira do rio e tem suas cinzas jogadas na água, este é o sonho de todo indiano, pois os hindus crêem  que terão garantido a salvação das suas almas. Entretanto, crianças, mulheres grávidas, monges e leprosos tem seus corpos amarrados a uma pedra e jogados para afundar. Os hinduístas (80% da população) não tem cemitério.
Para ver a cremação acordamos bem cedo, às 5hs, acompanhamos o amanhecer no Ganges. Pegamos um barco para navegar até as cremações, alguns corpos já haviam sido queimados, outros estavam no meio da madeira, onde o fogo tinha sido acendido a pouco.

Milhares de barcos, lotados de turistas seguem na mesma direção, todos para ver o inusitado.
O rio Ganges não é fedido como pensava, sua água é transparente, mas há muita sujeira nas margens, em geral, de oferendas.
A paisagem é maravilhosa, ver o amanhecer nesse lugar é uma visão única, terminei o passeio feliz por ter o privilégio de estar aqui e poder presenciar tantas coisas.
 Onde ficar:
  • Hotel  Clarks Varanasi
Obs.:  Excelente!
Nossas referencias bibliográficas usadas durante a viagem:
  • Guia Índia Chik- editora: Publifolha, 1a. edição, 2008, idioma: Português
  • Índia – autor Carriere, Jean-Claude, editora: Ediouro.
  • Guia Visual Folha de São Paulo - Índia

Khajuraho - Madhya Pradesh - India (13º dia)

Já estava pensando que ia embora da Índia sem ver pessoas cagando na rua, acho que estávamos acordando muito tarde pra ver, mas hoje, saindo de Agra, passamos por um trecho com inúmeras pessoas defecando. Comprovada mais uma maluquice da Índia!
Hoje abandonamos nosso motorista, que voltou feliz pra casa, nós ainda temos um trecho para seguir, mas agora vamos de trem.
Enquanto aguardávamos o trem, em uma estação caótica, foi impossível não observar a quantidade de lixo e pedintes que nos cercavam. A miséria representada de varias formas!
Fiquei surpresa com a qualidade do trem, que é exclusivo para turistas, limpíssimo e confortável, bem diferente da estação que deixamos pra trás.
Khajuraro tem um conjunto de 25 templos, construídos entre o século 9 e 10, atualmente são Patrimônio da Humanidade da Unesco. A remota localização dos templos os salvaram de serem depredados, eles permaneceram escondidos meio a floresta por 700 anos, foram descobertos apenas em 1838.
Esses templos são conhecidos mundialmente por ter inúmeros painéis eróticos e muitas mulheres esculpidas ressaltando suas formas, assim como animais, deuses e homens.
O complexo de templos é uma exuberância, esta visita com certeza vale a pena, são construções únicas no mundo, incomparáveis.

Onde ficar:
Obs.: Excelente!

Nossas referencias bibliográficas usadas durante a viagem:
  • Guia Índia Chik- editora: Publifolha, 1a. edição, 2008, idioma: Português
  • Índia – autor Carriere, Jean-Claude, editora: Ediouro.
  • Guia Visual Folha de São Paulo - Índia

sábado, 12 de novembro de 2011

TAJ MAHAL - Agra - Uttar Pradesh - Índia (11˚ e 12˚ dia)

Depois de enfrentar uma longa fila, vem a recompensa.... como se fosse uma miragem, surge diante dos meus olhos o grandioso Taj Mahal, me fazendo esquecer de tudo e admirar perplexa sua beleza!
O Taj Maral é um dos monumentos mais famosos do mundo, eleito como uma das sete maravilhas do mundo moderno, suas proporções perfeitas e a fantástica perícia artesanal tem sido descrita como: "visão, sonho, poema e maravilha". Ele foi construído pelo imperador Shah Jahan, em memoria a sua esposa favorita, Mumtaz Mahal, representando assim, uma linda historia de amor.
"Como todas as histórias, esta também começa da mesma maneira... Era uma vez um príncipe chamado Kurram que se enamorou por uma princesa aos 15 anos de idade. Reza a história que se cruzaram acidentalmente mas seus destinos ficaram unidos para todo o sempre. Após uma espera de 5 anos, durante os quais não se puderam ver uma única vez, a cerimônia do casamento teve lugar do ano de 1612, na qual o imperador a rebatizou de Mumtaz Mahal ou "A eleita do palácio". O Príncipe, foi coroado em 1628 com o nome Shah Jahan, "O Rei do mundo" e governou em paz.
Quis o destino que Mumtaz não fosse rainha por muito tempo. Ao dar à luz o 14º filho de Shah Jahan, morreu aos aos 39 anos em 1631. O Imperador ficou tremendamente desgostoso e inconsolável e, segundo crónicas posteriores, toda a corte chorou a morte da rainha durante 2 anos. Durante esse período, não houve musica, festas ou celebrações de espécie alguma em todo o reino.
Shah Jahan ordenou então que fosse construído um monumento sem igual, para que o mundo jamais pudesse esquecer. Não se sabe ao certo quem foi o arquiteto, mas reuniram-se em Agra as maiores riquezas do mundo. O mármore fino e branco das pedreiras locais, Jade e cristal da China, Turquesa do Tibet, Lapis Lazulis do Afeganistão, Ágatas do Yemen, Safiras do Ceilão, Ametistas da Pérsia, Corais da Arábia Saudita, Quartzo dos Himalaias, Ambar do Oceano Índico."
Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2005/08/taj_mahal.html#ixzz1cE6PqMXl

Observação importante: Por traz dessa linda historia de amor, há um aspecto desprezível, o filho de Shah Jahan mandou matar os engenheiros e cortar os dedos dos trabalhadores, para que o Taj Mahal não fosse reproduzido em outro lugar.

Para quem não sabe, o cantor brasileiro Jorge Ben Jor, fez uma música em homenagem ao Taj Maral e sua história de amor:
Jorge Ben Jor
"Foi a mais linda
História de amor
Que me contaram
E agora eu vou contar
Do amor do príncipe
Shah-Jahan pela princesa
Mumtaz Mahal
Do amor do príncipe
Shah-Jehan pela princesa
Mumtaz Mahal...
Tê Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê..."


Agra é conhecida mundialmente por causa do Taj Mahal, mas a cidade tem inúmeros lugares que vale a pena visitar, um dele é o Agra Fort, o maior forte da Índia, onde ficou preso até a morte Shah Jahan, o homem que construiu o Taj Mahal, pois ele queria construir o Taj preto, e iria gastar uma fortuna, então seu filho o manteve encarcerado.





Hoje tivemos contato com o primeiro grupo de brasileiros, depois de tantos dias, já estava acreditando que não iria encontrar nenhum.
Nossas referencias bibliográficas usadas durante a viagem:
  • Guia Índia Chik- editora: Publifolha, 1a. edição, 2008, idioma: Português
  • Índia – autor Carriere, Jean-Claude, editora: Ediouro.
  • Guia Visual Folha de São Paulo - Índia

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fatehpur Sikri em direção a Agra - Uttar Pradesh - Índia (10º dia)

Ansiosa pra andar de elefante! Lá vamos nós em direção ao Amber Fort. Depois seguimos para Agra, o principal motivo da viagem, onde vamos conhecer mais uma das sete maravilhas do mundo, “Taj Mahal”.

Tivemos que partir bem cedo, e mesmo chegando ao Amber Fort às 8h, havia uma fila enorme, ficamos em torno de uma hora esperando para pegar nosso elefante e percorrer um trecho de vinte minutos. Há mais de 140 elefantes para passear com os turistas, um grande espetáculo!
Amber Fort foi erguido em 1592 por Man Singh II, sobre as ruínas de um velho forte do século 11.
Estamos saindo do Estado do Rajastão, em direção a Uttar Pradesh.
A caminho de Agra, paramos em Fatehpur Sikri, fundada em 1571, a cidade foi capital mogul por quatorze anos, mas teve que ser abandonada por falta de água. Para ter uma nova capital, foi preciso criar outra cidade, eis que surge Agra.

Jaipur - Rajastão - Índia (Nono dia)

Saindo de Pushkar pela manhã, vimos centenas de pessoas tomando banho e se purificando nas aguas do lago da cidade. Eram tantas, que do nosso hotel, a 1km de lá, ouvíamos o zum-zum-zum da multidão, como se fosse um enxame de abelha.
Pushkar.
Em direção a cidade de Jaipur (159km, três horas), finalmente encontramos uma estrada com três pistas, moderna e limpa.
Moderna, mas com alguns camelos,
pra não esquecer que estamos na inacreditável Índia.
 
Jaipur é a “Cidade Rosada”, todos seus prédios importantes foram pintados dessa cor em 1876, para receber o príncipe de Gales. O recurso é usado para criar a ilusão de arenito vermelho.
Para ter uma boa visão da cidade, tivemos que subir no mirante, com uma escadaria enorme e cansativa, tive vontade de desistir no meio da subida! Sem folego.... tudo por uma boa lembrança!
Depois do mirante, visitamos o Palácio da Cidade e o observatório de instrumentos astronômicos, um lugar interessante para conhecer uma forma diferente de ver as horas com exatidão, bem como, os signos do zodíaco.
Observatório do meu signo, Áries.
Jaipur é a cidade perfeita para observar, admirar e comprar joias e pedras preciosas, como rubi e esmeralda. A cidade é um dos maiores centros de fabricação de adereços da Índia. É também uma cidade caótica com trânsito enlouquecedor.
O Hawa Mahal, conhecido também como “Palácio dos Ventos”, é o cartão postal da cidade, mas pessoalmente não impressiona.




Fim do dia com uma visão espetacular do “Palácio das Águas” (Jal Mahal), dentro do lago Man Sagar ele parece uma miragem.
Curiosidades da Índia:
·         Hoje comemos nosso primeiro Mc Donald`s, aqui todos são de frango, com temperos diferentes e pimenta! Muitoooo barato, quatro número 1 completos, por R$24,00 reais.
·         Além de pagar nossas entradas para visitar palácios e pontos turísticos, temos que pagar pra nossa pobre câmera fotográfica entrar.
·         Algumas vezes percebemos que nosso motorista não estava muito cheiroso, conversa vai, conversa vem, surpresa.... os indianos não tomam banho todos os dias, quando tomam, tomam apenas uma vez, normalmente de manhã.
·         Outra revelação: nosso motorista convive com turistas do mundo todo, principalmente europeus, e segundo ele, também não tomam banho todo dia.
Onde ficar:
Obs.:  Perfeito! Acomodações, atendimento e alimentação excelente!

Nossas referencias bibliográficas usadas durante a viagem:
  • Guia Índia Chik- editora: Publifolha, 1a. edição, 2008, idioma: Português
  • Índia – autor Carriere, Jean-Claude, editora: Ediouro.
  • Guia Visual Folha de São Paulo - Índia